Ah, personagens desse mundo lá de trás,
imaginavam vocês
que
eu, mais do que olhava,
via
fotograficamente
todos
e
tudo isso?
Imaginavam vocês
que minha presença pequena
espionava
todos os rostos
todos os gestos
todos os passos
para
me contar tudo no futuro?
imaginavam vocês
(que
atravessavam corredores
atravessavam ruas
atravessavam dias
e
gargalhavam nas salas
se divertiam nas praças
choravam nos quartos
se entristeciam pela cidade
e
narravam proezas
escondiam verdades
e
calavam)
imaginavam vocês
que
eu tivesse olhos
ouvidos
e chinelos silenciosos
na espreita das portas
e das esquinas?
Hã, imaginavam?
Agora, eu lhes digo
(aos mortos e aos que restaram):
eu sei de tudo.
(Do livro “Trem da memória – um poema”)
imaginavam vocês
que
eu, mais do que olhava,
via
fotograficamente
todos
e
tudo isso?
Imaginavam vocês
que minha presença pequena
espionava
todos os rostos
todos os gestos
todos os passos
para
me contar tudo no futuro?
imaginavam vocês
(que
atravessavam corredores
atravessavam ruas
atravessavam dias
e
gargalhavam nas salas
se divertiam nas praças
choravam nos quartos
se entristeciam pela cidade
e
narravam proezas
escondiam verdades
e
calavam)
imaginavam vocês
que
eu tivesse olhos
ouvidos
e chinelos silenciosos
na espreita das portas
e das esquinas?
Hã, imaginavam?
Agora, eu lhes digo
(aos mortos e aos que restaram):
eu sei de tudo.
(Do livro “Trem da memória – um poema”)
4 comentários:
Recebo o vosso elogio em dobro, caro Nirton. Vindo de quem escreve e traduz nosso existir com tanta poesia e sensibilidade, só me honra.
Abração anômico, apareça sempre pelo Anomia! :)
Saber tudo é doloroso, não?
eu sou tudo...pero soy nada :)
parla Nirton...Parla!
os poemas me fazem viajar, desbravar mundos alheios repletos de sentimentos novos. Lindo!
Ah, perguntou se podia me linkar, claro que sim...
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