sábado, 19 de fevereiro de 2011

prenúncio

foto Pamonkn

Faço
suas feições
no meu coração
seus contornos
na minha pele
seu endereço
no meu peito.

Nunca me devolva
a mim se me ganha.
Eu já me entreguei
e você não levou.
Aguardo-lhe com minha memória.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

dilacerado



Você não tem mais onde me machucar: meu coração é todo um hematoma.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

o carma dele é minha armadura



Há três semanas uma leitora deste blog, a poeta Neuzza Pinhero, de São Paulo, escreveu-me dizendo que tinha lido um poema em Natal, Rio Grande do Norte, intitulado "Carma", de autoria de Plinio Sanderson, conhecido no meio literário da capital potiguar. E ao ler o poema mais de uma vez, Neuzza viu que é o mesmo poema "Armadura", de minha autoria, escrito em 1979, publicado pela primeira vez em outubro de 1981, no jornal literário "O Catolé", de Fortaleza, Ceará, e republicado várias vezes em jornais, tablóides e revistas literárias cearenses e nacionais.

O tal poeta de Natal deve ter lido numa dessas publicações. Nos analógicos anos 80 não havia internet, o meio dos poetas divulgarem seus trabalhos eram os jornais literários e, quando podiam, os livros. Não haveria outra forma dele ter conhecido o meu poema, muito menos ter acesso aos manuscritos originais, guardados numa pasta, a sete chaves numa gaveta de um velho guarda-roupa, em Fortaleza, com todo zelo que um artista deve ter com sua cria.

O dito cujo poeta potiguar gostou muito do poema, e de maneira incorreta de apreciá-lo, passou a recitá-lo em eventos literários, dizendo ser dele, chegando a publicar no jornal Tribuna do Norte, da capital do seu estado.

Diante a surpresa e chateação fiz uma busca minuciosa na internet sobre o "Carma" dele que é minha "Armadura", e  comprovei o que a poeta Neuzza me disse. 

Ao conseguir um contato com Plinio Sanderson, através do site Facebook, suas argumentações não me convenceram: "nos anos 80 eu fazia parte da geração de poetas marginais e recitávamos poemas de vários poetas", "foi publicado pela tribuna do norte, jamais editei-o", "não lembro como me chegou o poema, faz muito tempo, não sabia do autor", "incorporei-o em recitais, nunca, jamais publiquei-o", "o jornal publicou não sei como, não fui eu que enviou". E contradizendo querendo me afagar: "a poesia é muito massa, desde já darei crédito".

O que achei na internet não foi nada disso, caro Plinio!

Nunca me importei que os meus poemas fossem publicados e lidos por quem gosta. A poesia é para ganhar o mundo, para ir de encontro às pessoas. Mas assumir a autoria de uma obra, mudar o título e divulgá-la como sua, quando nenhum pedaço de verso dele pode ser - eu aqui parafraseando Lupicínio Rodrigues, em busca de nervos de aço para engolir uma dessa! Não dá!

Tenho todas as provas da autoria do poema. Recortes de jornais, registro na Biblioteca Nacional e testemunho de pessoas.

Caso entregue a um advogado especialista em direitos autorais.