sexta-feira, 3 de março de 2023

incompletudes da memória


Ler leva tempo, mesmo poesias, são várias e é uma só, nós sabemos. O que vai fundo agora, pode mudar amanhã, depois, pode ser outra a preferida, uma mais curta que condensa tudo, ou a mais longa que nos pega exatamente porque não leva a nada ou leva a lugares nunca antes visitados, e vai tecendo a si própria sem começo nem fim.

É misterioso ler poesia, um mistério do leitor consigo mesmo. O livro pode ficar dias no sofá, na poltrona, largado ao lado de outros, na mesa de trabalho, no vão da pequena biblioteca, você passa, vê e não dá bola, “agora não, depois”. E os poemas ali, fiéis, vão saber o que fizeram ou ainda farão com você, leitor.
Tudo isso só para dizer agora que:
“O que escrevo são incompletudes” me pegou pelo pé de um jeito que estou girando até agora.
- Ieda Estergilda Abreu, poeta e jornalista (São Paulo), conceituando a relação leitor-poesia, citando um verso do meu livro Trem da memória (Editora Radiadora, 2022).
Conceituando, citando, girando: o gerúndio é sempre movimento.
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O livro está à venda pelo site www.radiadiora.com.br e com o autor.

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