No meio do meu caminho tinha O poeta: Carlos Drummond de Andrade.
O primeiro poema que li ainda me alfabetizando foi "Mãos dadas". Aqueles versos serviram-me como guia, "o presente é tão grande, não nos afastemos...", como uma cartilha para aquele menino despertado pela poesia, "o tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes, a vida presente." Desde então, vim de mãos dadas com Drummond. Nenhum outro poeta me influenciou tanto nas minhas inquietações quanto ao sentimento do mundo: Pessoa, Bandeira, Cecília, Régio, Quintana, Gullar, Manoel de Barros, Cabral, Faustino Whitman, Eliot, Rimbaud, todos eles entenderam minhas idas a Itabira.
O primeiro poema que li ainda me alfabetizando foi "Mãos dadas". Aqueles versos serviram-me como guia, "o presente é tão grande, não nos afastemos...", como uma cartilha para aquele menino despertado pela poesia, "o tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes, a vida presente." Desde então, vim de mãos dadas com Drummond. Nenhum outro poeta me influenciou tanto nas minhas inquietações quanto ao sentimento do mundo: Pessoa, Bandeira, Cecília, Régio, Quintana, Gullar, Manoel de Barros, Cabral, Faustino Whitman, Eliot, Rimbaud, todos eles entenderam minhas idas a Itabira.
Quando publiquei o meu
primeiro livro, "Roteiro dos pássaros", em 1981, todos os capítulos
foram abertos com epígrafes de versos de Drummond. Não tinha outro
jeito, foi muito natural, e definia bem a minha poesia aprendiz. Meu
amigo poeta Márcio Catunda tinha o contato de Drummond no Rio de Janeiro, aliás, tinha até foto
com ele, o que me deixava cheio do quinto pecado... E eu lá me importava
com isso! Mandei o livro para o meu mestre. Dias depois tive uma das
maiores alegrias da minha vida: uma carta de Drummond! Um envelope com
meu nome, meu endereço subscrito, um cartão personalizado com sua letra
miúda agradecendo-me o exemplar, a honra dos epígrafes, e o elogio
reescrevendo um verso meu. A gesto de Drummond foi o melhor poema que
não escrevi.
Amanhã ele faria 110 anos. Algumas comemorações se espalham por aí. No Rio haverá um recital em frente a estátua no calçadão em Copacabana. Aqui em Brasília, na livraria Sebinho, 406 Norte, poetas referenciarão o poeta maior. Estarei lá, Drummond, sempre grato por suas mãos dadas, "nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas."
Amanhã ele faria 110 anos. Algumas comemorações se espalham por aí. No Rio haverá um recital em frente a estátua no calçadão em Copacabana. Aqui em Brasília, na livraria Sebinho, 406 Norte, poetas referenciarão o poeta maior. Estarei lá, Drummond, sempre grato por suas mãos dadas, "nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas."
2 comentários:
Que maravilha!
Nirton,
Drummond é um poeta da alma dos poetas! Bacana achar mais um poeta de Brasília! Adorei estar por aqui! Gr.Bj.
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