"Assim como tenho um carinho especial pelo Marcos Fabrício, que incluí recentemente no rol das pessoas de meu afeto especial, Nirton Venancio anda comigo há muitos anos pelos recitais do Coletivo de Poetas. Confesso que não tinha me debruçado com melhor introspectividade sobre sua obra. Nunca consigo entender um poema só pela oralidade. Depois que a comunicação adotou meios para se apresentar visualmente, a poesia, para mim – e acredito que para muitos outros – tem de ser compreendida, sobretudo pela visualidade.
Surpreendente a poesia do recente livro de Nirton Venancio. 'Poesia provisória' foi elaborado ao correr de muitos anos e isso possibilitou cada palavra, cada gestual das metáforas estarem nos locais corretos. É uma lírica sem excesso, sem ter se prejudicado pela experiência da oralidade dos recitais, que é onde Nirton Venancio gosta de estar. Muito pelo contrário. A poesia aparece com introspectividade limpa, questionadora de si mesma. Traz poemas que irão entrar para sempre em nosso imaginário. 'Bússola' trabalha com imagens antagônicas; 'O morto' esclarece que o poeta é um trabalhador que pega uma madeira, uma medida de barro ou pedaço de pedra, e lamina algo com todos os contornos exatos. É isso. A poesia é muito mais que ver o lençol no varal. Tenho certeza que os admiradores dos irmãos Campos vão ficar com inveja do teu lençol do poema 'Quimera', Nirton Venancio. Já estou aguardando pelo anunciado próximo livro."
- poeta Salomão Sousa em seu blog Desmontagem
Entre tantas pessoas queridas presentes no lançamento do meu livro ontem, no Bar Beirute, Brasília, encontrar Salomão de Sousa é sempre a renovação dos encontros, é sempre sequenciar com o novo o que sedimenta uma relação de amizade e admiração. Como ele diz em seu belo poema Envelhecimento, do livro Descolagem, 2016, no sentido que interpreto como apurar e manter os encontros, "Estar aqui hoje / é continuar aqui amanhã".
Gratidão, meu caro, pelo texto, fortuna crítica em meu bem-querer.
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