O homem é um bicho-homem
que não sabe se é um rato,
fosse o homem mesmo um rato
talvez não tivesse esse nome
posto que pode ser lobisomem
o homem não sabe o que é de fato.
Homem e rato – ambos têm fome
e comem tudo que está no mato,
quando comem, comem e somem
deixando sem fundo o chão e o prato;
mesmo não sendo um rato
o homem corre com medo da fome
como o rato corre do gato
que come o rato com medo da fome.
O homem (quem sabe...) é um passarinho
sem asas, sem bico e sem verão
que vive a vida atrás do ninho
angustiado no que chama solidão,
corre o mundo, sem parente, sem vizinho
montado no seu corpo feito alazão
carente de abraço, pão e vinho
perdido no céu, no mar e no sertão
sem saber se no incerto caminho
voa como pássaro ou avião.
(do livro “Roteiro dos pássaros – remixado”)
que não sabe se é um rato,
fosse o homem mesmo um rato
talvez não tivesse esse nome
posto que pode ser lobisomem
o homem não sabe o que é de fato.
Homem e rato – ambos têm fome
e comem tudo que está no mato,
quando comem, comem e somem
deixando sem fundo o chão e o prato;
mesmo não sendo um rato
o homem corre com medo da fome
como o rato corre do gato
que come o rato com medo da fome.
O homem (quem sabe...) é um passarinho
sem asas, sem bico e sem verão
que vive a vida atrás do ninho
angustiado no que chama solidão,
corre o mundo, sem parente, sem vizinho
montado no seu corpo feito alazão
carente de abraço, pão e vinho
perdido no céu, no mar e no sertão
sem saber se no incerto caminho
voa como pássaro ou avião.
(do livro “Roteiro dos pássaros – remixado”)
3 comentários:
Ah, meu caro Nirton, excelente!Que belo jogo entre o homem e o rato e entre o pássaro e o avião. Civilização e animalidade, história, calmaria, raízes e modernidade. Nunca li um poema tão denso e que traduzisse tão bem a dicotomia que vai aos poucos se tornando insuportável.
...
hábraços
.
claudio
poeta é mais quem lê do que quem sente e escreve. Se eu lesse um livro de química (e nada entendo de) não daria valor à obra. Portanto...como poeta adorei seus poemas...é uma ventania derrubando o varal e levando para o espaço as peças dos pensamentos e sentidos...adorei. Parabéns
beleza de poema!!!!!
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