quinta-feira, 5 de março de 2009

apartado

foto Jean-Sebastien Monzani

A distância nos dá medo
quando as coisas estão paradas.

É por você estar longe
e não ter previsão alguma do tempo
que o presente continua sobre a mesa.

O mundo parece inútil
nesse pedaço em que não posso tocá-la.
Deve ser impressão desfocada dos olhos
ou sua ausência é uma eternidade em mim e na sala.

Há um telefone, uma porta e meus passos contidos.
Para cada lado o espaço para se medir.
O coração achará em algum canto as chaves e os motivos
para lhe encontrar na volta em vez de partir.

O medo nos distancia
das coisas em movimento.

(do livro “Poesia provisória”)

16 comentários:

Cosmunicando disse...

a ausência é mesmo uma eternidade na gente... belíssimo!
bjos

Nirton Venancio disse...

entre a ausência e a eternidade a poesia pra traduzir esse caminho.
Obrigado pelo carinho da leitura, Cosmunicando.

Adrianna Coelho disse...


"O medo nos distancia
das coisas em movimento."


o medo nos distancia de tudo, ném nirton?

mas mesmo assim a sua poesia só aproxima.

p.s. linkei esse poema dentro do meu último, tá? :)

beijos

Nirton Venancio disse...

Adrianna,

é a poesia que vai expressando e traduzindo inquietações. E fazendo amigos, como você.
Obrigado pelos nossos poemas juntos.
Beijos.

Anônimo disse...

que coisa maravilhosa, Nirton! É um poema triste e belo ao mesmo tempo!
Beijocas.

P.S.: respondendo a sua pergunta na outra postagem, não sou a Séfora de Fortaleza... é a outra... rsrsrsr

Nirton Venancio disse...

todas as Séforas são bem-vindas!

Sandra Regina disse...

Os poemas aqui parecem feitos sob medida pro meu momento de ausência.. ditância... falta...Obrigada!!!

Di disse...

'O medo nos distancia
das coisas em movimento."

Gostei imensamente deste poema.Vc como sempre toca no coração da gente.
Tem um texto lá no "ventos" sobre a mulher....

Bjs

LIVRE disse...

O coração sempre encontra os motivos que perdidos no tempo e na distância ficam,encontram as chaves de casa e o presente certeiro.

Nirton Venancio disse...

Sandra, quanto tempo! Sua ausência foi sentida, e que bom que o poema lhe encontrou...

Nirton Venancio disse...

Dioneide, imensamente feliz é como me sinto quanto toco o coração de alguém...

Nirton Venancio disse...

Livre, o coração sempre encontra motivos...

Anônimo disse...

Nirton, poemaço, cara! Parabéns!

Nirton Venancio disse...

Obrigado, Silvio.

Di disse...

Obrigada pela visita lá e as belas palavras sobre a mulher.
Abçs

Di disse...

Tem textos novos por lá.

Bom fds.

Bj