foto Paul Russel
O que se vê em mim
não é o todo:
escondo gestos.
O que se sabe de mim
(ainda) não é tudo:
escondo datas
Metade que nem eu mesmo sei
mais corrói do que vive e cresce:
e silenciosamente é uma doença
(e não me esquece).
Convivo como caça e caçador
dentro de mim:
uma hora me acho
a outra não me aceita
e sou metade do rosto desenhada
a outra metade desfeita
não é o todo:
escondo gestos.
O que se sabe de mim
(ainda) não é tudo:
escondo datas
Metade que nem eu mesmo sei
mais corrói do que vive e cresce:
e silenciosamente é uma doença
(e não me esquece).
Convivo como caça e caçador
dentro de mim:
uma hora me acho
a outra não me aceita
e sou metade do rosto desenhada
a outra metade desfeita
(do livro "Poesia provisória")
4 comentários:
Nossa, lindo!
Beijo.
Tema bem desenvolvido, a questão das nossas frações e por menores e a ilusão de quem nos ver e pensa nos ter por completo
Tema bem desenvolvido, a questão das nossas frações e por menores e a ilusão de quem nos ver e pensa nos ter por completo
NILTON!
Que beleza de poema!
Acredito que ninguém veja o "todo".
E as partes que veem são mal interpretadas.
Belíssimo!
Beijos, poeta!
Mirze
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