sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

foto Virgil Brill

Teu corpo de lã que caminha pela casa
é presença leve como se de tua alma
fossem as asas.

Teu corpo de lânguido caminhar pela sala
é silêncio de neve como se de teus olhos
fosse a fala.

Eu te vejo caminhar tão lentamente
entre as paredes e os meus olhares
que és toda preguiça profundamente
como um pássaro cansado pelos ares.



(do livro “Poesia provisória")

3 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Nilton, claro que sabia que você era cineasta; só não sabia desse seu projeto. Quando ao poema, posso apenas dizer que tens o dom das palavras para traduzir situações extremamente sensiveis.
.
hábraços
.
claudio

douglas D. disse...

sensibilidade aflorada na carne. o corpo...ah! o corpo...

Anônimo disse...

Merci d'avoir déposé ce poème sous ma photo qui est en effet une réminiscence d'un cheminement lent et sensuel (dans une forêt onirique)...