quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

apartado

foto Jean-Sebastien Monzani

A distância nos dá medo
quando as coisas estão paradas.

É por você está longe
e não ter previsão alguma do tempo
que o presente continua sobre a mesa.

O mundo parece inútil
nesse pedaço em que não posso tocá-la.
Deve ser impressão desfocada dos olhos
ou sua ausência é uma eternidade em mim e na sala.

Há um telefone, uma porta e meus passos contidos.
Para cada lado o espaço para se medir.
O coração achará em algum canto as chaves e os motivos
para lhe encontrar na volta em vez de partir.

O medo nos distancia
das coisas em movimento.

(do livro “Poesia provisória”)

6 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Apenas essa frase - O medo nos distancia
das coisas em movimento - já me bastaria para ganhar o dia e a eternidade.

hábraços

douglas D. disse...

poesia daquelas que nos silencia
pra sabermo-nos melhor.

Nirton Venancio disse...

o bom da poesia é a eternidade que apresenta na leitura de vocês...
um abraço, Douglas, um hábraço, Cláudio

Luzzsh disse...

Oi meu querido amipoeta,

O coração sempre acha seus motivos...

;)

Beijos...

Rayanne disse...

O medo nos distância além mar
O medo nos distância de amar
amor, verbo há-mar.

***Estrelas (do mar)***

Ricardo Imaeda disse...

como é bom encontrar um novo poeta e reencontrar uma sensibilidade tão fina...
um abraço