foto Bogdar Jarocki
Tirem-me a roupa
o chapéu contra o sol
tirem-me até os braços
as pernas
tampem-me os olhos
mas não tirem as asas
que criei pra mim
tirem-me o domingo
a manhã contra a noite
tirem-me até os feriados
os dias santos
rasguem os calendários
mas não tirem o tempo
que criei pra mim
tirem-me os lábios
o beijo contra o gelo
tirem-me até a voz
o delírio
adormeçam o sexo
mas não tirem o coração
que criei pra mim
(do livro “Poesia provisória”)
o chapéu contra o sol
tirem-me até os braços
as pernas
tampem-me os olhos
mas não tirem as asas
que criei pra mim
tirem-me o domingo
a manhã contra a noite
tirem-me até os feriados
os dias santos
rasguem os calendários
mas não tirem o tempo
que criei pra mim
tirem-me os lábios
o beijo contra o gelo
tirem-me até a voz
o delírio
adormeçam o sexo
mas não tirem o coração
que criei pra mim
(do livro “Poesia provisória”)
3 comentários:
essa criação em si mesma torna possível que todas as coisas que nos sejam tiradas não tenham importância alguma diante do que somos...
e no que não se cria, somente se crê, não é? :)
beijos
bonito poema e pertinente fala da Pav...
Pav, é isso mesmo: o que somos é o que nos somamos.
Mariana, seu olhar também é pertinente.
Bom estar com vocês.
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