O que existem são os meus olhos
numa dimensão
onde os meus sonhos não frustrem os meus pés.
Porque existem os meus pés
e a terra entranhada
e a canção seca dos homens.
Joguei-me do fundo de todo lugar distante
que deu nesta rua abismal.
Das raízes dos dedos dos pés
trago flores nas mãos
e segredo e cuidado.
Não tenho amor platônico pela vida:
nasço e morro exatamente hoje.
Sou marinheiro que parte:
cada dia é um porto que fica.
Ameaçam-me atear fogo
às vestes e às paixões
se eu não calo o canto
se eu não sigo as setas
se eu não cesso os beijos
isso
quando mais ardem
dentro e fora de mim
as vestes e as paixões.
(do livro “Roteiro dos pássaros – remixado”)
numa dimensão
onde os meus sonhos não frustrem os meus pés.
Porque existem os meus pés
e a terra entranhada
e a canção seca dos homens.
Joguei-me do fundo de todo lugar distante
que deu nesta rua abismal.
Das raízes dos dedos dos pés
trago flores nas mãos
e segredo e cuidado.
Não tenho amor platônico pela vida:
nasço e morro exatamente hoje.
Sou marinheiro que parte:
cada dia é um porto que fica.
Ameaçam-me atear fogo
às vestes e às paixões
se eu não calo o canto
se eu não sigo as setas
se eu não cesso os beijos
isso
quando mais ardem
dentro e fora de mim
as vestes e as paixões.
(do livro “Roteiro dos pássaros – remixado”)