“Isto é Comboio. Outras coisas serão igualmente Comboio, se igualmente forem concebidas no âmago da arte, atentas à prática da vida. Não a arte modular conceitual, nem à vida essencial e exposta, mas as duas, vida e arte, ambas e totalmente ilimitadas como a própria concepção artística. Isto é Comboio. E outras coisas poderão ser Comboio se, em si, não encerrarem um sentido limitado e por assim ser confirmarem o anseio dos que, nesse instante histórico, preveem o desejo nacional da libertação da palavra e a quebra das grades que encarceram o pensamento.”
- Editorial do número experimental de Comboio Vida & Arte, revista coletiva literária, lançada em Fortaleza, no congestionado e esperançoso 1982.
O coletivo de jovens poetas, artistas plásticos, fotógrafos, e tantos mais resistentes sonhadores, nos reuníamos onde podíamos, das salas dos diretórios da universidade às calçadas e mesas de bares para traçar planos de voos. E assim, nos dividíamos em tarefas num só abraço: conselho editorial, arte-finalistas, finanças, divulgação. Ninguém soltava a mão de ninguém.
O escritor e professor de literatura Kelsen Bravos está fazendo escavações desse período instigante da literatura produzida no Ceará. Uma arqueologia afetiva e necessária.
No vídeo abaixo, o meu poema Armadura, que foi muito tempo depois publicado no livro Poesia provisória (Editora Radiadora).