Não foi o deus do alto da matriz
(Os poemas aqui publicados estão registrados na Biblioteca Nacional. Podem ser reproduzidos desde que mencionados a fonte e o autor)
sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
quem
Não foi o deus do alto da matriz
domingo, 13 de dezembro de 2020
luz dos olhos teus
nta Luzia iluminava
a minha infância que dormia.
Nas manhãs quentes do interior:
o facho de luz vindo da telha quebrada
(o menino na rede,
a parede azulada
a cenografia do quarto
:
o enquadramento que me guardava
no passado
que vi do futuro).
A jovem siciliana que minha tia-avó trouxe da feira
protegia meus olhos que acordavam
focava sua luz neorrealista
no quintal em mim
para o dia que começava
no sertão sem fim.
Cada manhã abençoada
com a oferenda do par de olhos na bandeja.
Casa desfeita
parentes idos
santa nas retinas.
Na parede azulada,
esse recorte é o quadro que brilha mais
no meu cinema paradiso.
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Trecho do meu livro inédito ©Trem da memória - um poema
Editora Radiadora
Coordenação editorial Alan Mendonça
Prefácio Valdi Ferreira Lima
Lançamento adiado desde março. Aguardando quando for possível a aglomeração de afetos.
Na foto, o quadro mencionado no poema.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
Fortaleza
O que é essa cidade, nova,
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
São Gerais
Chão roseano.Rosa mexendo-se silenciosamente.Minas ainda há, Drummond.Minas é o avesso do meu sertão nordestino.Lá disseca minha vida seca Graciliano.No chão de Minas veredas de um grande sertão Guimarães.Fabiano emigra e vai de encontro a Riobaldo.Sinhá-Vitória conversa com Diadorim.O sertão vai virá São Francisco que vai bater no meio do mar.Minas são gerais.
- dos meus cadernos ©Pequenas Anotações de Viagens
domingo, 8 de novembro de 2020
noutras asas
Minha voz chifrim e talvez ainda uma timidez interiorana, impedem-me de ficar à vontade para dizer meus poemas. Por sorte, tenho amigos que fazem leituras, cada um a sua maneira, cada um como sente, cada um como loteasse um pedaço do meu coração onde o poema nasceu. Isso é bom. Do lado de cá, vejo o meu poema sendo do outro. Vejo como não via. Descubro o que dele não sabia. E é sempre um complemento, uma continuação. Por isso, minha poesia é, como diz o título do livro, provisória.
sábado, 26 de setembro de 2020
asas
segunda-feira, 31 de agosto de 2020
eu vou ficar nessa cidade
iluminada pela lanterna
de seu pedro
(uma mão no foco
outra na cabeça com as malas)
rimado com o galo
de seu antônio
(um animal que latia
outro que miava nos muros)
sentado à janela
de seu olhar
(uma paisagem que sumia
outra que chegava)
depois da bica do ipu
passando o arco de sobral
chegando nas bananeiras de caucaia
da saudade do quintal de ibiapaba
da lembrança da cancela da fazenda
da memória da casa de oitão
do meu pai que esperava
de minha mãe que guardava
do irmão que me olhava