Foto ©Raphael Lucas
Da janela olhei debruçado
a história explodindo na rua firmino rosa:
:
manchetes do mundo no beco da província
e o menino guardando tudo
para o poema no futuro do presente:
- um take de oliver stone
- um arquivo de sílvio tendler
- um frame de de sica.
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Onde se inscrevem as cidades, os lugares? No maquinário ensaiado de ruas, sempre a se complementar (e a faltar sempre um pedaço pra amanhã) e alicerçar dia a dia uma nova vista por seus tijolos e sonhos empilhados? Ou sob as reentrâncias de vivências da égide da memória, marcadas no abstrato e solo fértil da carne entre suas estradas de veias, artérias e nervos?
Trem da memória (Editora Radiadora, 2022) inicia-se como um plano-sequência, em mais um filme dirigido por Nirton Venancio, e segue e segue e segue num só fôlego a conversar pelo desbravar de ruas e outras reentrâncias que pulsam da memória marcadas em concreto e abstrato do que o menino de Crateús guardou para si de tantos e tantas.
Venancio, em seu longo poema, mergulha ou descarrilha seu trilhar por sua Crateús e sua Fortaleza, afirmando um tanto dessas ruas e experiências cartografadas no desnudar de suas verdades e encontros (alguns, por vir), numa costura embebida em encontros de-si, vezes sozinho, vezes por tantos.
Mailson Furtado, poeta
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O livro concorre ao 65º Prêmio Jabuti, Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa 2023 e ao IX Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa, Faro, Portugal.
À venda com o autor e pelo site www.radiadora.com.br
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