quinta-feira, 19 de novembro de 2020

São Gerais


Raízes do chão de Minas.
Chão roseano.
Rosa mexendo-se silenciosamente.
Minas ainda há, Drummond.
Minas é o avesso do meu sertão nordestino.
Lá disseca minha vida seca Graciliano.
No chão de Minas veredas de um grande sertão Guimarães.
Fabiano emigra e vai de encontro a Riobaldo.
Sinhá-Vitória conversa com Diadorim.
O sertão vai virá São Francisco que vai bater no meio do mar.
Minas são gerais.

- dos meus cadernos ©Pequenas Anotações de Viagens

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53 anos hoje que Guimarães Rosa partiu para outros grandes sertões.
foto: Araxás, MG, 2012

domingo, 8 de novembro de 2020

noutras asas


Minha voz chifrim e talvez ainda uma timidez interiorana, impedem-me de ficar à vontade para dizer meus poemas. Por sorte, tenho amigos que fazem leituras, cada um a sua maneira, cada um como sente, cada um como loteasse um pedaço do meu coração onde o poema nasceu. Isso é bom. Do lado de cá, vejo o meu poema sendo do outro. Vejo como não via. Descubro o que dele não sabia. E é sempre um complemento, uma continuação. Por isso, minha poesia é, como diz o título do livro, provisória.

O poema Asas foi lido por tantas pessoas queridas, tantas vozes, tantos jeitos. Acolho todos. Foi também musicado e interpretado pelo cantor
Rubi
, e será gravado em disco.
Neste domingo ainda pandêmico recebo o dizer de
Meire Viana
, poeta, de Fortaleza. Um voo no isolamento. Gratidão, cara amiga. Uma fartura de abraços!
Do livro Poesia provisória, 2019
Editora Radiadora