terça-feira, 20 de setembro de 2022

a capa da memória


A poeta, cronista e tradutora Ana Rossi, do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, leu e comentou em seu programa “Histórias com poemas” trechos do meu livro Trem da memória (Editora Radiadora, 2022).
Em um dos trechos ela fala sobre a capa, projeto gráfico de Léo de Oliveira e Alan Mendonça com a reprodução do quadro do impressionista inglês Joseph M. W. Turner, Rain, steam and speed - The great western railway, óleo sobre tela de 1844.
O programa na íntegra está em sua página no Instagram, @by_anarossi
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O livro foi lançado em 30 de julho em Fortaleza, na sede da Editora, Espaço Cultural Kraft, e em 14 deste mês no Beira Cultural do Bar Beirute, em Brasília.
Coordenação editorial: Alan Mendonça
Prefácio: Valdi Ferreira Lima
Posfácio: Mailson Furtado
Revisão: Galileu Viana
Disponível para a venda no site www.radiadora.com.br e com o autor

sábado, 17 de setembro de 2022

trechos da memória

 

A poeta, cronista e tradutora Ana Rossi, do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, leu e comentou em seu programa “Histórias com poemas” trechos do meu livro Trem da memória (Editora Radiadora, 2022).

É gratificante quando poetas auscultam o coração dos poetas.
Acima, um trecho dos trechos escolhidos. O programa na íntegra está em sua página no Instagram, @by_anarossi
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O livro foi lançado em 30 de julho em Fortaleza, na sede da Editora, Espaço Cultural Kraft, e em 14 deste mês no Beira Cultural do Bar Beirute, em Brasília.
Coordenação editorial: Alan Mendonça
Prefácio: Valdi Ferreira Lima
Posfácio: Mailson Furtado
Revisão: Galileu Viana
Disponível para a venda no site www.radiadora.com.br e com o autor

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

lendo memórias


Trechos do meu livro Trem da memória (Editora Radiadora, 2022) serão lidos e comentados pela escritora Ana Rossi, em seu programa Histórias com poemas, hoje, às 20h, no Instagram, @by_anarossi.

Excelente poeta, atenta cronista, pesquisadora minuciosa, professora da UnB, do Instituto de Letras - Departamento de Línguas Estrangeiros e Tradução, Ana Rossi é uma das maiores tradutoras brasileiras. Miguel de Unamuno – poemas, (Editora UnB, 2022), que li recentemente, é uma preciosidade. A tradutora faz um trabalho impressionante de ourivesaria nos versos do poeta espanhol.
Ser lido por Ana Rossi é um prêmio.

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

rumo ao cerrado

 


TREM DA MEMÓRIA, poesia
Editora Radiadora, 2022

Numa narrativa em que o poeta usa a primeira pessoa - o eu-poeta - e o terceiro pronome - o eu-menino - o livro, permeado de imagens, é um diálogo entre o adulto que é e a infância que foi no interior cearense, num recorte no tempo até a adolescência quando passa a morar em Fortaleza.
Dedicado à casa onde nasceu, o autor ambienta sua memória como uma volta ao útero de sua existência, ampliando sentidos e
sentimentos à infância de todos nós, seja no sertão, seja na cidade.
O trem, como outro personagem, é o meio que leva o menino ao futuro na mesma linha que traz o adulto às lembranças. Familiares, costumes, segredos, religião, fatos históricos, tudo se desenha nas páginas do livro, sob o olhar de criança que fotografa para o futuro.
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Coordenação editorial: Alan Mendonça
Concepção da capa: Léo de Oliveira e Alan Mendonça, pintura de Joseph Turner, 1844
Prefácio: Valdi Ferreira Lima
Posfácio: Mailson Furtado
Revisão: Galileu Viana
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lançamento:
apresentação do poeta Ismar Lemes de Abreu
leitura performática de Vanderlei Costa

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

refaz o meu olhar



A literatura cearense no meu mundo potiguar. A poesia de Nirton Venancio, brilhante autor cearense, chega às minhas mãos no dia da Independência do Brasil. Nada mais simbólico e significativo.

A alma de um poeta, seu olhar sensível, sua palavra cortante e seus sonhos, jamais poderão ser aprisionados.
Obrigado, Nirton, por sua amizade, generosidade e sensibilidade. Sua literatura me encanta e refaz o meu olhar sobre a vida.
- Carlos Régis, historiador (RN)
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Poesia provisória, Editora Radiadora, 2019
Coordenação editorial: Alan Mendonça
Capa: Fausto Nilo
Prefácio: Carlos Emílio Correia Lima 

o voo suave

 

O voo suave de meu poema na leitura de Alan Mendonça, poeta e editor (CE).
Asas, do livro Poesia provisória, 2019, Editora Radiadora, musicado por Rubi (SP).

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

um dos melhores


 

na mão!


 

lançamento em Brasília - Bar Beirute


 

és o maior enlevo da minha vida


Do vasto cancioneiro brasileiro, minha mãe gostava muito de tantas músicas e sempre cantarolava nos afazeres domésticos, como uma trilha para cada gesto cotidiano. Mesmo com a voz baixa, docemente afinada, como estivesse cantando para ela mesma, ouvíamos na altura de nossos corações.

“Alguém me disse / que tu andas novamente / de novo caso / de novo amor / toda contente...”, entoava enquanto estendia uma toalha sobre a mesa, arrumava os pratos e talheres em posições simétricas. Parava, afastava-se um pouco, e via que estava tudo bonito. Continuava: “és o maior enlevo da minha vida, és o reflorir do meu amor”, emendando com outra canção, Quero beijar-te as mãos. Quando virava o rosto e me via escutando-a com os olhos, desabrochava um sorriso no meio da melodia e já começava uma outra, “encosta tua cabecinha no meu ombro e dorme”, que recebia especialmente para mim: ela trocava o “chora” original e conjugava o sono do filho.
Uma vez, enquanto bordava uma toalhinha de rosto, pedi-lhe: “cante aquela, mamãe, a das mãos pra beijar...”. “Ah, a do Alcides Gerardi... ”, atendia, identificando o cantor. E cantava abrindo outro arco de um sorriso.
Adolescente, quando comecei a colecionar vinis, fui a uma loja no centro de Fortaleza comprar os discos com essas canções de minha mãe. Encontrei o LP com o título duplo Me leva/Alguém me disse, respectivamente, o samba de José Garcia, Silas de Oliveira e Anísio Silva, e o bolero de Evaldo Gouveia e Jair Amorim, que abre o lado A e deu ao cantor, pelo estouro nas rádios e programas de auditório, o Disco de Ouro por ter vendido mais de dois milhões de cópias, em 1960.
Pedi ao rapaz, sempre solícito por trás do balcão, o LP de Alcides Gerardi, o que tinha Quero beijar-te as mãos. “Mas essa música não é com Alcides Gerardi, quem canta é o Anísio Silva”. E me mostrou o disco de 1959, Anísio Silva canta para você. Puxou o bolachão do invólucro de papel e apontou, "Aqui, ó", a faixa que abria o lado B, uma guarânia composta por Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal.
- Mas não tem uma gravação com Alcides Gerardi? – Perguntei, sem achar que minha mãe estivesse errada.
- Que eu saiba, não – falou o rapaz, indo até a um canto da prateleira. - Do Alcides Gerardi tem esse aqui, com um grande sucesso dele – disse colocando o disco no balcão e indicando a primeira faixa do lado A, Cabecinha no ombro.
Olhei demoradamente a capa.
- Acho que esse aí não é o cantor, não – comentou sobre foto da moça com a cabeça no ombro de um garboso rapaz, típico galã dos filmes da Atlântida. A imagem, que me pareceu mesmo ilustrativa para a faixa-título, não era o que me despertava atenção. Naqueles longos segundos pensei sobre quanto tempo minha mãe se enganara, mesmo ouvindo os informes na radiadora de Crateús, os programas nas válvulas do rádio ABC.
Levei os três discos e em casa disse para ela que Quero beijar-te as mãos não era com Alcides Gerardi, e sim com Anísio Silva. Mostrei-lhe o LP. Em silêncio olhou a capa, a contracapa... Puxou o vinil, balançou verticalmente a cabeça e disse com muita tranquilidade: “Bom... muito bom... adoro o Anísio Silva, mas prefiro com o Alcides Gerardi."
Por um tempo pesquisei se o cantor gaúcho fizera alguma gravação dessa música, já que ela afirmava com tanta convicção que gostava mais com ele. Nunca encontrei.
No meu novo livro, Trem da memória, em um trecho faço menção a algumas canções que meus pais ouviam. E mantive nos versos a música na voz de Alcides Gerardi, arriscando a reclamação e correção de algum atento historiador musical. Preferi a licença poética-afetiva do engano de minha mãe.
Foi lá
que meu pai lustrava o vulcabrás
enquanto esperava a volta do boêmio Nelson
que alguém me disse que minha mãe
cantava com Anísio Silva enquanto fazia o jantar
e eu como Alcides Gerardi beijava-lhe as mãos
enquanto neste poema estendo minha saudade.
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Trem da memória, poesia
Editora Radiadora, 2022
Coordenação editorial: Alan Mendonça
Prefácio: Valdi Ferreira Lima
Posfácio: Mailson Furtado
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O livro foi lançado em 30 de julho na sede da Editora no Espaço Cultural Kraft, em Fortaleza. Em Brasília será em 14 de setembro, 19h, no Bar Beirute da 109 Sul, dentro da programação Beira Cultural, com apresentação do poeta Ismar Lemes de Abreu e participação de Vanderlei Costa com leitura performática de trechos.
Também está à venda no site www.radiadora.com.br
Vídeo: OitoeMeio Filmes