O trem chegou à estação João Felipe
e continua nos trilhos de minha vida.
Puxo os vagões da memória até quando?
O poema não acaba nunca.
O que escrevo são incompletudes:
há sempre quem lembro
e volto a sua casa
peço água e pergunto se sabe de mim
- o neto da costureira, o filho do bodegueiro
há sempre quem deslembro
e bate a minha porta
nada pede e pergunta se conheço quem foi
- o pai de Lourim, o avô de Fransquim.
Vocês não sabem
o peso e a pluma que são?
o chão e o pássaro que vão?
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Trecho do meu livro Trem da memória (Editora Radiadora, 2022).
À venda pelo site www.radiadora.com.br e com o autor.
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