domingo, 11 de dezembro de 2005

descobrindo Manoel

foto Juan Esteves
  
para Manoel de Barros
 
Invento descobertas
no meio da escuridão.
Manoel diz que nos alimentamos
de escuros.
Quando tudo era nada.
Quando ainda somos nada.
Quando precisamos nos descobrir.
Manoel tem razão,
não:
Manoel tem coração,
sentado lá sob sua luz
em algum escuro do pantanal.
Manoel tem coração,
não:
Manoel tem razão,
inventando palavras
inventando descobertas.
Manoel de tão verdadeiro
é invenção minha
é descoberta minha.

(do livro “Poesia provisória”)

7 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Inventando mundos dentro de mundos e redescobrindo outras possibilidades dentro desse mundo.
.
hábraços,claudio

Kimu disse...

Manoel tem razão. E Nirton tbém. Um beijo!

Anônimo disse...

Manoel vem antes

do antes

Rodrigo Capella disse...

Amigo Nirton, ótimo poema! Gostaria de convidá-lo a visitar o meu blog. Tem novidades por lá! Abraços, Rodrigo Capella.

Adrianna Coelho disse...


esse seu poema me pegou pela razão, pelo coração, pelas mãos e me carregou pra debaixo da sombra de uma árvore na minha imaginação...

acho que manoel é invenção de todos!

gloria disse...

Manoel é quase um híbrido entre um homem e um ser celestial, mescla de corpo físico e leveza de pássaro livre. Eu sou suspeita, sou muito, muito apaixonada por suas despretenciosas palavras. Seu poema tece um acordo íntimo com o que ele desenha na poesia:

"Manoel tem coração,
não:
Manoel tem razão,
inventando palavras"


Muito belo isso homem!

bjs

Adeilton Lima disse...

Luz!