Tirem-me a roupa
o chapéu contra o sol
tirem-me até os braços
as pernas
tampem-me os olhos
mas não tirem as asas
que criei pra mim
tirem-me o domingo
a manhã contra a noite
tirem-me até os feriados
os dias santos
rasguem os calendários
mas não tirem o tempo
que criei pra mim
tirem-me os lábios
o beijo contra o gelo
tirem-me até a voz
o delírio
adormeçam o sexo
mas não tirem o coração
que criei pra mim.
(do livro “Poesia provisória”)
o chapéu contra o sol
tirem-me até os braços
as pernas
tampem-me os olhos
mas não tirem as asas
que criei pra mim
tirem-me o domingo
a manhã contra a noite
tirem-me até os feriados
os dias santos
rasguem os calendários
mas não tirem o tempo
que criei pra mim
tirem-me os lábios
o beijo contra o gelo
tirem-me até a voz
o delírio
adormeçam o sexo
mas não tirem o coração
que criei pra mim.
(do livro “Poesia provisória”)
8 comentários:
As asas, o tempo e o coração...Imprescindíveis. Indispensáveis. Vitais. E que fazem a permanência constante em suas linhas. Tá certo. O pedido é justo...
Beijão!
Dora
Dora, Dioneide, beijos pra vocês. Do coração.
minha liberdade que ninguém tente tirar.
beijos em vc
Eu não sei, mas a idéia me trouxe esta imagem quando te li:
ASAS E AZARES
Voar com a asa ferida?
Abram alas quando eu falo.
Que mais foi que fiz na vida?
Fiz, pequeno, quando o tempo
estava todo ao meu lado
e o que se chama passado,
passatempo, pesadelo,
só me existia nos livros.
Fiz, depois, dono de mim,
quando tive que escolher
entre um abismo, o começo,
e essa história sem fim.
Asa ferida, asa ferida,
meu espaço, meu herói.
A asa arde. Voar, isso não doi.
Paulo Leminsky
Absolutos, você e Leminsky.
**Estrelas**
Sayô, liberdade sempre.
Rayanne, que honra eu ao lado do Leminski!
beijos alados pra vocês!
Meu caro, peguei uma leve infecção no olho esquerdo e lentamente estou lendo; contudo, sigo... É isso que eu chamo de resistência: podem tirar tudo aquilo que é concreto, mensuravel,rotineiro e enfadonho, conquanto, jamais tirem nossos sonhos. Poema porreta, meu caro.
hábraços
e infecção nenhuma tira seu olhar atento, afiado, sensível. Porreta também é você, meu caro!
Do que vc criou pra vc, olhei dentro de mim e, feliz, notei que em mim também criei, mas, de tudo, mas me encantam as asas que fazem, pelo tempo, meu coração voar!
Belo, Nirton.
Amigo, diz seu signo. Quero linkar vc lá no Colcha.
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