Eu nunca deixo pistas dos meus pecados.
Escondo meus delitos
e deixo a condenação para a volta.
Estou muito apressado.
Eu nunca deixo atalho
para me descobrirem:
prefiro o próximo encontro
com o que encontrar próximo aos meus olhos.
Eu nunca deixo traços dos meus planos.
Deixo o resultado de tantos enganos
como pudesse ser também seu
aquilo que foi somente meu.
Não passo procuração para sentimentos
enquanto viajo para lugar desconhecido.
Este poema pode me custar a vida.
Pode me custar os amigos.
E me gostarem os inimigos.
Mas não deixarei rascunho dos meus reversos.
Escondo meus delitos
e deixo a condenação para a volta.
Estou muito apressado.
Eu nunca deixo atalho
para me descobrirem:
prefiro o próximo encontro
com o que encontrar próximo aos meus olhos.
Eu nunca deixo traços dos meus planos.
Deixo o resultado de tantos enganos
como pudesse ser também seu
aquilo que foi somente meu.
Não passo procuração para sentimentos
enquanto viajo para lugar desconhecido.
Este poema pode me custar a vida.
Pode me custar os amigos.
E me gostarem os inimigos.
Mas não deixarei rascunho dos meus reversos.
(do livro "Poesia provisória")
6 comentários:
Genial. Expressa bem a máquina de moer sentimentos.É surpreendente como os olhos do poeta consegue romper a normalidade para recompor a humanidade.
muito bom ler seus comentários, meu caro Eugênio.
muito bom ler seus comentários, meu caro Eugênio.
Sem rascunhos então...Abs.
sem rascunhos, dona.
> Nirton, li o poema de um fôlego e quase o perdi. É fascinante como você, o poeta (ou o personagem), se dirige ao leitor. A foto do homem escondido foi um achado. O poema é um desnudamento total, como se o poeta quisesse dizer que nada importa mais - agora quer dizer tudo, mesmo que os outros não o compreendam.
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