quinta-feira, 6 de julho de 2006

bagagem

foto Edward Dimsdele

Dentro de mim
cabe uma cidade
outra cidade
e mais uma cidade
dentro de mim
cabe o universo
e mais o vilarejo onde nasci

meus pés
arrastam lembranças
espalham o cheiro da terra
soltam o corpo no sorriso
todas as veias
do coração
bifurcam na próxima cidade
e levam ao mesmo rio
diante do sol
abrem o meu olhar
horizontando o dia
.

(do livro “Poesia provisória”)

6 comentários:

Rayanne disse...

Assim parece:
As pupilas, nascendo
Atrás da montanha
enquanto a vida se aquece.
Estrelas.

Claudio Eugenio Luz disse...

Veja só: apenas por ter lido essa passagem, já abriu-se um sorriso na minha face "e mais o vilarejo onde nasci"; e, logo após, essa "todas as veias
do coração
bifurcam na próxima cidade". Quando a gente lê, não sai o mesmo.

hábraços, desde lado de cá.

claudio

Nirton Venancio disse...

Rayanne, suas palavras são versos traduzindo as minhas tardes...

Cláudio,se os versos que você destaca lhe abrem um sorriso, já valeu a pena...

Hábraços do lado de cá.

Nirton Venancio disse...
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Luana disse...

Mundo-nosso de cada dia...

Beijos!
:)

Anônimo disse...

Não há como se separar das raízes...Com elas, construímos todos os alvoreceres em nossa trajetória...para a frente...sempre.
E sempre belos versos.
Beijo.
Dora