quarta-feira, 5 de outubro de 2022

o eu da memória

 


Nirton Venancio tem toda uma coisa muito gráfica em sua poesia. Ele usa muito espaço em branco. Ele me lembra muito Ferreira Gullar, os irmãos Campos, toda essa questão da poesia moderna. Ele vai quebrando a gramática. Ele deixa a gente entrar no poema porque tem uma respiração, porque tem um silêncio. E esse movimento e a captura dessas emoções são construídas a partir de imagens. Eu consigo ver o que ele descreve. E ao mesmo tempo conversa, é algo que está aberto.
Essas memórias são memórias revisitadas, porque são as memórias de cada um. É o que poeta Rimbaud falou, 'Je est un autre', o eu é outra pessoa, é o eu poético, é o eu lírico, é o eu da enunciação. E é aí que se dá a magia da poesia, a magia da literatura, quando a gente sem ter vivido as mesmas coisas que a pessoa, a construção poética permite que se entre no poema.
- Ana Rossi, poeta, cronista, tradutora, professora do Instituto de Letras da Universidade de Brasília, em seu programa Histórias Com Poemas, no Instagram.

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Trem da memória
Editora Radiadora, 2022
O livro foi lançado em 30 de julho em Fortaleza, na sede da Editora, Espaço Cultural da Kraft Atelier Coletivo, e em 14 de setembro no Beira Cultural do Bar Beirute, em Brasília.
Coordenação editorial: Alan Mendonça
Prefácio: Valdi Ferreira Lima
Posfácio: Mailson Furtado
Revisão: Galileu Viana
Disponível para a venda no site da editora e com o autor

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