terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

concentração de tempos

 Coleção José Medeiros/Acervo Instituto Moreira Salles, 1952
 
Do alto
as retinas miram a beleza
filtram o murmúrio da cidade
as ruas em convulsão
os homens e seus muitos irmãos
seus tantos desafetos
entre trânsito e transe
entre mares e margens
entre rios e janeiros.
Orquídeas, bromélias
antúrio, velózia
esquilos, gambás
gavião, pica-pau:
a natureza que o tempo sabe e ouve.
A montanha aponta o mar
sem medo dos homens.

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