O trem chegou à estação João Felipe
e continua nos trilhos de minha vida.
Puxo os vagões da memória até quando?
O poema não acaba nunca.
O que escrevo são incompletudes:
há sempre quem lembro
e volto a sua casa
peço água e pergunto se sabe de mim
- o neto da costureira, o filho do bodegueiro
há sempre quem deslembro
e bate a minha porta
nada pede e pergunta se conheço quem foi
- o pai de lourim, o avô de fransquim.
Vocês não sabem
o peso e a pluma que são?
o chão e o pássaro que vão?
- Trecho do meu livro Trem da memória (Editora Radiadora, 2022), que será lançado na XIV Bienal Internacional do Livro do Ceará.
..........................................................................................
Coordenação editorial: Alan Mendonça
Prefácio: Valdi Ferreira Lima
Posfácio: Mailson Furtado
..................................................................................................................
No lançamento:
Leitura de poemas: Alan Mendonça e Nirton Venancio
Apresentação musical: Charles Wellington, com a composição Se eu me chamasse Drummond, letra de um trecho do livro
Nenhum comentário:
Postar um comentário