terça-feira, 20 de dezembro de 2022

eu viajei de trem


O menino nos leva pelo braço a visitar a sua Crateús, a casa da dona Valderez e do ‘seu’ Francisco e a revisitar - com olhos mais atentos - a nossa Fortaleza. Diz o poeta Valdi Ferreira Lima, no prefácio, que "todas as vezes que Nirton fecha os olhos a memória germina". Eu embarquei nesse Trem da Memória, de onde não consigo mais sair, atravessamos juntos os trilhos noturnos sobre o rio Poty "rumo ao mar da capital onde este poema se acende".
"Agora só resta crescer.
Se não trago o menino de volta,
alcanço o homem e sua revolta"
"Puxo os vagões da memória até quando?
O poema não acaba nunca".
Dia desses eu li um texto, um recorte do Trem da Memória, quando ele ainda estava em construção. Lembro de ter ligado pro Nirton com a voz embargada. Ele estava em Brasília, conversamos por um bom tempo sobre o texto, sobre lembranças, memórias, sobre a vida! Esta semana recebi o livro pelo correio (como é bonito!). Grata pelo presente, pela presença e por toda poesia que me atravessa quando leio os seus versos. Você é imenso, Nirton Venancio!

Marta Pinheiro, produtora cultural, poeta (Ceará)
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Trem da memória
Editora Radiadora, 2022
Coordenação Editorial: Alan Mendonça
Prefácio: Valdi Ferreira Lima
Posfácio: Mailson Furtado
Concepção de capa: Léo de Oliveira e Alan Mendonça, sobre pintura de Joseph M. W. Turner
Revisão: Galileu Viana
Impressão e acabamento: Expressão Gráfica, Fortaleza 

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